As manhãs iluminadas mais pelo branco da geada no pasto do que pelos raios tímidos do sol. No fogão de lenha o calor da brasa aquece olhares perdidos em pensamentos.

Foto: Dan Senior - Unsplash

Os dias passam gelados... As horas, passeiam macias marcando tempos que não voltarão...

Refletindo sobre o que é felicidade, dá pra sentir a presença dela quando se está em companhia de quem se quer bem. Compartilhando o chimarrão, uma xícara de chá ou um prato de sopa quente. Dividindo um cantinho do sofá, uma pontinha do cobertor, trocando experiências da rotina de cada um. Instantes para serem vividos intensamente...

Também dá pra encontrá-la em tardes frias em que nem os gatos põem o pé fora da porta... é o calor do afeto que une e faz permanecer.

Dá para compreender o porquê de tantas vezes ouvirmos falar que a felicidade está na simplicidade, dá pra sentir seu gosto nas coisas simples que sustentam a vida. E ao entardecer do dia assim como o da existência se percebe que é no amor e na tranquilidade que a alma se fortalece e guarda suas maiores riquezas. Não se teme as noites geladas porque nelas se instalam amorosamente essas certezas e os corações permanecem alimentados de paz. Mansamente elas vão acendendo os sentimentos antes do sono chegar, enquanto se organiza os pensamentos e se fala baixinho sobre catar gravetos pra acender o fogão de lenha na manhã que virá...

É inverno, o sol e a geada prometeram voltar...

Felicidade é como flor miúda e cheirosa do campo... Nasce em qualquer canto... Só é preciso um olhar carinhoso e corações férteis para se cultivar.

Rita Maidana, a autora deste texto.
Publicado em
4/8/2022
na categoria
Espiritualidade
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