Hoje apresento-vos um trecho de um dos livros de "Conversas com Deus", de um grande autor sobre Espiritualidade, que é o Neale Donald Walsch. Este trecho do livro, leva-nos a uma dessas conversas do interlocutor com Deus. A sua leitura será esclarecedora.
Podemos falar um bocadinho sobre esta história da morte? Disseste que este terceiro livro seria sobre verdades mais elevadas; sobre verdades universais. Ora, em toda a conversa que tivemos, não falámos muito sobre a morte — nem sobre o que acontece a seguir. Vamos fazê-lo agora.
- Vamos a isso.
Está bem. O que queres saber?
- O que acontece quando se morre?
O que escolhes que aconteça?
- Queres dizer que o que acontece é aquilo que escolhemos que aconteça?
Pensas que só por morreres deixas de criar?
- Não sei. Por isso Te estou a perguntar.
Está certo. (Por acaso, até sabes, mas vejo que te esqueceste — o que é óptimo. Tudo correu conforme planeado.)
Quando morres, não deixas de criar. Isso é suficientemente definitivo para ti?
- É.
Ainda bem.
Ora, a razão por que não deixas de criar quando morres é que nunca morres
Não podes. Porque és a própria vida. E a vida não pode não ser vida. Portanto, não podes morrer.
Assim, no momento da tua morte o que acontece é... que continuas a viver
É por isso que tantas pessoas que "morreram" não acreditam — porque não tiveram a experiência de estar mortas. Pelo contrário, sentem-se (porque estão) bem vivas. Daí a confusão.
O Eu pode ver o corpo ali estendido, todo amassado, inerte, e no entanto o Eu movimenta-se repentinamente por todo o lado. Tem frequentemente a experiência de voar literalmente por toda a sala — e de estar em toda a parte no espaço, em simultâneo. E quando deseja uma determinada perspectiva, encontra-se subitamente a experienciá-la.
Se a Alma (o nome que daremos ao Eu) se perguntar "Ora, porque é que o meu corpo não se mexe?" dará por si exactamente ali, a pairar por cima do corpo, observando curiosamente a imobilidade.
Se alguém entrar na sala e a Alma pensar, "Quem é aquele?" — imediatamente estará em frente ou ao lado dessa pessoa.
Assim, num espaço de tempo muito curto, a Alma percebe que pode ir a qualquer lugar — à velocidade do pensamento.
Uma sensação de liberdade e leveza incríveis invade a Alma, e normalmente leva algum tempo até a entidade "se habituar" a todo este esvoaçar a cada pensamento.
Se a pessoa tinha filhos e pensar neles, a Alma encontra-se imediatamente na presença desses filhos, onde quer que estejam.
Assim, a Alma também aprende que não só pode estar onde quer que queira à velocidade do pensamento, como pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ou três. Ou cinco
Pode existir, observar e entregar-se a actividades nesses lugares simultaneamente, sem dificuldade nem confusão. Depois pode "voltar a juntar-se" a si própria, regressando a um lugar, mudando simplesmente o foco de concentração.
A Alma recorda na vida seguinte o que faria bem em lembrar nesta vida. Que todo o efeito é criado pelo pensamento, e que a manifestação é um resultado da intenção.
Aquilo em que me concentro como minha intenção torna-se a minha realidade.
Exactamente. A única diferença é a velocidade a que experiencias o resultado. Na vida física pode haver um lapso de tempo entre o pensamento e a experiência.
No domínio do espírito não existe esse lapso; os resultados são instantâneos.
As Almas acabadas de partir aprendem assim a controlar os pensamentos com muito cuidado porque, seja o que for que pensam, experienciam-no.
Utilizo aqui a palavra "aprender" muito livremente, mais como figura de retórica do que como verdadeira descrição. O termo "recordar" seria mais exacto.
Se as almas fisicalizadas aprendessem a controlar os pensamentos tão rápida e eficientemente como as almas espiritualizadas, as suas vidas mudariam completamente.
Na criação da realidade individual, o controlo do pensamento, ou o que alguns chamam oração — é tudo.
- Oração?
O controlo do pensamento é a forma mais elevada de oração
Portanto, pensem apenas em coisas boas e rectas. Não se entreguem à negatividade e à escuridão. E, mesmo nos momentos em que as coisas pareçam desanimadoras — especialmente nesses momentos, vejam apenas perfeição,exprimam apenas gratidão e imaginem apenas que manifestação de perfeição escolhem em seguida.
Nesta fórmula se encontra a tranquilidade. Neste processo se encontra a paz. Nesta consciencialização se encontra a alegria.
- Isso é extraordinário. É um dado extraordinário. Obrigado por o transmitires por meu intermédio.
Obrigado por o deixares expressar. Umas vezes estás "mais limpo" que outras. Há momentos em que estás mais aberto — como um coador que acabou de ser passado por água. Fica mais "aberto". Há mais furos abertos.
- Uma boa maneira de o ilustrar.
Faço o Meu melhor.
Recapitulando: As almas libertas do corpo rapidamente se lembram de monitorizar e controlar os pensamentos com muito cuidado, porque tudo aquilo em que pensam é o que criam e experienciam.
Mais uma vez o digo, o mesmo acontece com as almas que ainda residem no corpo, excepto que os resultados normalmente não são tão imediatos.
E é esse lapso de "tempo" entre o pensamento e a criação — que pode ser de dias, semanas, meses ou mesmo anos — que cria a ilusão de que as coisas te estão a acontecer a ti, e não por tua causa. Isso é uma ilusão, que te faz esquecer que tu estás em causa na questão.
Como já descrevi várias vezes, esse esquecimento está "integrado no sistema". Faz parte do processo.
Porque não podes criar Quem Tu És enquanto não esqueceres Quem Tu És
Portanto a ilusão que cria o esquecimento é um efeito criado de propósito.Quando deixares o corpo, será uma grande surpresa ver a ligação instantânea e óbvia entre os teus pensamentos e as tuas criações.
Será inicialmente uma surpresa chocante, e depois muito agradável, quando te começares a lembrar que estás em causa na criação da tua experiência, não no seu efeito.

Excerto do livro 3 'Conversas com Deus' - Neale Donald Walsch
Disponibilizado por António Coelho (Maceira do Dão, Mangualde, Viseu, Portugal)