Outro tipo de karma: Suponhamos que alguém é responsável por determinado meio de comunicação e que através dele envia mensagens que podem influenciar negativamente o mental de quem o lê ou ouve. Não tenhamos dúvidas que ele ou eles contraiem um karma para com cada leitor ou ouvinte desse meio de comunicação, e extensível tanto ao que difunde como ao que autoriza. O equilíbrio deste karma, será tomar uma atitude, acessivel a todos os corações, para que o próprio leitor ou ouvinte se sinta confortável. Não esqueçamos que ele vai acreditar no que ouve ou lê, como de sua própria realidade se tratasse.
Mudando de assunto e segundo a teoria da encarnação, ela afirma que a existência de um princípio vivo e individualizado que habita e vivifica o corpo do homem, por morte dele passa para outro, seguido de um intervalo, que pode até ser longo.
Isto quer dizer que o homem (condição humana) após se desfazer do seu vestuário, o morador (Alma) do corpo ao abandonar suas vestes antigas, veste outras novas.
Aprofundando um pouco mais, vamos desenvolver o embrião que havia de ser o homem.
Podemos compreender que ao longo de milhões de anos as forças terrestres e cósmicas construiram o homem com um corpo físico, um duplo etéreo, paixões e desejos. Foi este mesmo homem que se tornou veículo da Mónada.
Imaginemos o homem, um animal com todas as potencialidades no Plano inferior, se não viesse uma resposta do Plano Mental que despertasse o Divino em si. Foi esta potencialidade, vários lhe chamam Senhores da Luz, que ao longo de muitas experiências foi aperfeiçoando o homem, evoluindo lado a lado com a Mónada, oferecendo-lhe experiências, até conseguir o seu êxito numa esfera mais elevada. Ele (homem) ligou o Divino ao animal, rodeado de um corpo físico.
Uma ligeira observação: Nunca devemos dizer “Tenho Fome” ou “Estou cansado”, porque isso não é a realidade, mas sim, meu corpo tem fome ou está cansado. Nós apenas (Alma) estamos a viver uma vida humana.
É este mesmo homem (Ego/Alma) que, pela sabedoria adquirida pelas muitas reencarnações, vai educando o seu eu animal, para se unir à Mente Cósmica.
Vou explicar, embora possa parecer um pouco confuso, os nomes dados a determinado espirito em suas reencarnações:.
Exemplo: Numa reencarnação a um espírito, chamaram de Manuel, noutra Julian e ainda numa outra Richardson.
Talvez possa esclarecer desta maneira:
Não é o Manuel que encarna em Julian e em Richardson, mas sim o Espirito que vai habitar em cada uma destas personalidades, aproveitando cada morada para novos conhecimentos pelas experiências. Ele não pode recordar os seus renascimentos, porque nunca nasceu antes, nem os olhos viram qualquer outra Luz, mas o carácter com que veio ao Mundo é o mesmo que foi trabalhado e forjado por Manuel, Julian e Richardson nos diferentes países e nas mais variadas civilizações.
Por isso quando dizemos que não nos recordamos de vidas passadas, queremos afirmar que o "Eu animal" ainda não se encontrou com o "Eu Verdadeiro".
Para que isso aconteça e para que se ligue ao Eu Verdadeiro, tem de viver na sua consciência, que não é o Manuel, mas sim o Filho da Mente Cósmica e que o Manuel foi apenas uma morada temporária.
Podemos considerar uma viagem do Espírito, que está fazendo uma caminhada ao longo de muitas vidas sendo cada uma delas uma janela aberta para um novo horizonte. Quando começamos a transpôr aquelas barreiras do espaço-tempo, em que o infinito se fragmenta e se corrompe com o finito, uma nova luz após várias experiências, nos dá o reencontro àquele Infinito, começando a viagem de regresso ao nosso Principio. A Criatura voltar ao seu Criador.
A finalidade desta viagem é dar ao Homem uma nova consciência Cósmica, para que se sinta indestrutível e eterno, porque ao se tornar um, com todos os Seres do Universo, será uma força importante para o funcionamento orgânico deste mesmo Universo, conquistando uma Consciência mais ampla no planeta, plataforma para a construção de uma outra mais vasta, a Consciência coletiva, fundindo-se numa Unidade espiritual e semente de uma consciência Universal. É esta Consciência que nos dá uma visão de todos os nossos direitos e deveres, guia nossas ações e soluciona nossos porquês.
É um caminho que nos leva a compreender as Leis da vida, sabermos olhar nosso abismo, agindo com grande elevação.
Quando percorrermos esta estrada, traçada pela caminhada de nossas experiências, eis que surge Luz na nossa mente que vai acender o coração, iluminando o Amor que ele contém. É então que somos guiados para uma Lei de ordem e equilíbrio, cada vez mais forte e mais justa. É a fase em que nada é visto ou ouvido por um eu qualquer, mas sim observado por um Ser que se tornou um elevado instrumento de percepção, evoluído sensitivamente e moralmente aperfeiçoado, que envereda os caminhos do amor e elevação espiritual.
Pintura de Mario duguay-marioduguay.com
Imagem do Eu Divino
Uma explicação da representação desta imagem:
A figura superior representa o Eu Divino, a presença individualizada em cada um de nós. O "Eu Sou o que Eu Sou”, que tal como Hermes o Trismegisto, “o que está em cima é o que está em baixo”. Por outras palavras: “como Deus no céu, assim Deus na terra dentro de mim”, rodeada por sete esferas concêntricas de energia espiritual, que formam o corpo causal, contendo todos os nossos karmas bons, através de boas ações.
A figura do meio representa o nosso “Eu Superior”, ou seja nosso melhor mestre, melhor amigo e a voz da consciência. Também o chamamos por “Cristo Interno”.
A seta de luz branca que desce do “Eu Divino”, através do “Eu Superior”, até à “figura de baixo (nós-personalidade)”, é o “cordão cristal de prata” a “linha da vida” que nos liga ao espírito e se encontra na câmara de nosso coração. Quando este cordão nos é retirado, dá-se a morte física. Mais uma missão cumprida.
Quando nossos karmas terminarem, ou seja, “o que está em baixo” (nossa alma encarnada), se torna “o que está em cima (Eu divino)", liberta-se do ciclo das reencarnações. Dá-se uma fusão “personalidade/alma/espírito”. Tornam-se UM SÓ.
(Continua...)
