“Toda arte e toda indagação, assim como toda ação e todo propósito, visam a algum bem; por isto foi dito acertadamente que o bem é aquilo a que todas as coisas visam”, disse Aristóteles inaugurando suas reflexões sobre o ser humano na Ética a Nicômaco (Livro I, 1).  Somos seres finalistas (telos) e, nesse sentido, ser feliz é o único bem a que aspiramos como um fim em si mesmo. Por isso, falamos: “eu quero ser feliz”.

Se pensarmos filosoficamente sobre felicidade compreenderemos que não está em realizações materiais, não está fora de nós, porque felicidade tem a ver com uma sensação de bem-estar e completude. É algo que está dentro de nós. É um estado de consciência que experimenta equilíbrio, alegria, satisfação. E, muitas vezes, colocamos como uma condicionante para a felicidade a ideia de proteção espiritual. Assim, acreditamos que protegidos, seremos felizes ou teremos as condições para sermos felizes.

O que podemos entender por proteção espiritual?  É fato que clamamos por proteção espiritual, pedimos diuturnamente que a Divindade nos proteja e que nos ampare nas escolhas. Pois é, tudo é escolha.  E o que seria a proteção espiritual? É possível que algumas crenças tenham fortalecido a ideia de que a proteção será sempre em relação a algo externo a nós.

Então, como fazer a conexão entre a felicidade, que é algo interior, com a ideia do senso comum sobre proteção que nos remete ao mundo exterior? Há um problema:  não há nada fora de nós, porque a forma como interpreto o mundo está dentro de mim. O que penso, sinto e realizo resultará numa experiência material que chamamos de mundo da vida.

O mundo da vida é o lugar que construímos para nossa alegria ou pesar, por isso, pessoas sentem-no de forma diferente. Tudo depende de nós. O caminho para proteção espiritual é o caminho do autoconhecimento porque nesse processo de expansão de consciência eliminamos progressivamente as brechas que permitem a sintonia com o que não nos faz bem. O autoconhecimento significa um outro olhar para si mesmo e, consequentemente, para o outro.

O mal que nos alcança é aquele que decorre de nossas ações, sentimentos e pensamentos porque vibramos e atraímos aquilo que está na mesma sintonia vibratória. No caminho do autoconhecimento buscamos terapias, leituras, trocas energéticas para justamente alterarmos nossa própria vibração, modificarmos hábitos que não honram a Divindade. Claro que não é tarefa fácil, mas é tarefa factível.

E como advertem incansavelmente inúmeros espíritos, o medo, a insegurança, a posse, o egoísmo, a soberba, a arrogância, a inveja, a raiva dentre outros modos de experimentar o mundo material, nos afasta da ética, do bem, do equilíbrio e nos coloca em sintonia fina com as mesmas características em outras pessoas. Os afins se atraem a seu contentamento ou pesar. Assim, podemos pensar numa primeira resposta à provocação:  interior e exterior só estarão conectados quando estiverem na mesma sintonia.

A maior proteção espiritual que podemos obter é aquela que começa com um novo olhar que propicia uma mente inabalável para o bem, porque aquando mudamos nosso interior alteramos nosso campo eletromagnético. É autoconhecimento mesmo que não se resume a leituras sem reflexão, mas estudos e leituras com catarses, com alteração de comportamento.

Se olharmos direitinho para nossas vidas, veremos que o tempo todo o Universo está nos direcionando de algum modo para essa transformação. O tempo todo estamos sendo demandados a mudar, infelizmente, algumas vezes pela dor.

Devagarinho, vamos perdendo espessas camadas de energias mal qualificadas, formas-pensamentos pouco nobres e sentimentos que nos fragilizam que a milhares de anos estamos alimentando em nós. Todavia para que isso aconteça é preciso mudar hábitos conscientemente.  

O Reiki, por exemplo, é um excelente caminho para essa mudança, porque passamos por limpezas energéticas em cada nível de aprendizado. Na verdade, a meditação, o Reiki, outras terapias para cura energética, colaboram para um novo estado de consciência.

Então, você quer ser feliz? Mude.

“A mudança de sua vida começa na forma como você pensa sobre si mesmo e na forma como você sente tudo aquilo que faz” (Pai João de Angola).

Referências:

BRENNAN, Barbara Ann. Mãos de Luz. Um guia para a cura através do campo de energia humano. São Paulo: Pensamento, 2018.

DE' CARLI, Johnny. Reiki: Apostilas oficiais. Instituto brasileiro de pesquisas e difusão do reiki. 11. SP: Isis, 2020.

FRAZIER, Karen. O pequeno livro da cura vibracional e energética. Práticas simples para equilibrar a saúde do corpo, da mente e do espírito. São Paulo: Pensamento 2021.

OLIVEIRA, Wanderley. Fala, preto-velho. Psicografia do espírito de Pai João de Angola. Belo Horizonte: Dufaux, 2013.

PETTER, Frank A. Manual de Reiki do Dr. Mikao Usui. SP: Pensamento, 2020.

TUTU, Desmond; TUTU, Mpho. O livro do perdão. Para curarmos a nós mesmos e o nosso mundo. Rio de Janeiro: Valentina, 2014.

Clara Brum, a autora deste artigo.
Publicado em
19/8/2022
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